terça-feira, 25 de setembro de 2012

Olha o que o tédio fez comigo.

Me disseram tantas vezes pra esquecer
Que eu comecei a desconfiar de mim mesmo
O fracasso me beijou os dois lados do rosto
Antes de dormir
E eu não quis mais acordar
Eu falei mais do que ouvidos pra me ouvir
Voei mais alto que pude
Só não esperava cair
Quando se beija a lona
Você vê as costas de quem já viu amor
E eu amei mais do que um coração pode aguentar
Quando olhei pra trás
Vi pedaços de uma vida que eu não queria lembrar
Eu sei que teu sorriso
É pra alguém tão diferente de mim
Álcool, drogas e um cigarro barato
Esse sou eu visto do meu melhor lado
Decide logo se vai entrar ou vai sair
Eu não tolero a porta berta
E amanhã é tarde demais pra mim.

A vida lá fora.

Como é que eu não sei?
É sempre a mesma vida
Há muito tempo eu preferi esquecer
Eu parei de lembrar
Tudo que eu deixei pra trás
Parece que o passado não quer deixar
Olha o que ele fez comigo
Hoje eu sou tão frio
A mesma cidade que nos deixa tão perto
É a mesma que não me deixa te encontrar
Um prédio
Um andar
O tédio
A vontade de voar
Um filme sem final
Estamos tão longe no mesmo lugar
O medo da cidade me fez querer ficar
A vida é tão regrada
Cheia de mentiras
E apesar das feridas e das noites sem dormir
É sempre igual e sem saída
É sempre a mesma vida.


Brisa.

Quem disse que ela não fala
Eu converso toda a noite com a madrugada
Conto meus problemas
Meus medos
Meus defeitos
E ela chorando me confidência
Os mais íntimos segredos
Em forma de plágio
Como se fossem meus eu escrevo
Toda a solidão do breu
Eu sento na calçada
E escuto os murmúrios da noite
Entre o som do vento e seus sussurros
Eu me pergunto
Se não são minhas essas lágrimas em forma de palavras
A cada esquina
Mais um refrão
Da sofrida canção da madrugada.